quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sombra

Ando só
No fundo do oceano
Um bebado profano
No céu
Sou pó

Cinzas de tudo que já quis
Um mero aprendiz
Vida cruel

Nessa multidão sou luz
Meus meros versos
Nada são

Eu até quis chorar
Faltaram-me as lágrimas

Sou Ermo

No vazio de uma noite sóbria

Sou eterno

No silêncio que tua ausência me oferece

Sou nó


Na dúvida de ser poeta

Levo-te botão rosa

Jardim

Não sou mais um entre os pássaros

Não sou


O vazio sombrio que só a noite sente

Você

O medo que sinto

Dos sonhos que há de ser

Eu sou


Seguindo todos os passos

E os abraços que não lhe dei

Somos nós

Sem você


(Leitura Inversa)